Dior e a história da alta costura

Christian Dior, o New Look e o tributo à alta costura!

Saiba tudo sobre a vida e obra de Christian Dior. Ouça aqui:

Atendendo a pedidos, continuamos a nossa série sobre os maiores estilistas de todos os tempos, e como a vida e obra de Monsieur Dior despertou, desde sempre, a curiosidade dos fashionistas, entramos um pouco mais em detalhes! 

Falar de Christian Dior, nos tempos atuais, em que a indústria da moda está num processo de transformação acelerada, com as inovações da indústria 4.0, a aventura no metaverso e a promessa de certificações no blockchain, é um vibrante tributo à produção artesanal da alta costura.

Como todos sabemos, é essa que alimenta conceitualmente a moda!

Dior desponta com a sua primeira coleção de alta costura, conhecida como o New Look, em 1947, em Paris, que se tornou fonte de espanto e polêmica; ele foi severamente criticado! 

“A Dior não veste mulheres. Ele as estofa.” disse Chanel.  

Para a estilista, uma mulher sentada com um vestido Dior parecia “uma poltrona velha”. 

Chanel acreditava que Dior arrastava as mulheres de volta aos ideais de feminilidade do século 19, quando eram objetos a serem admirados pelos homens, mas essa história contamos no nosso post sobre a rivalidade entre Chanel e Dior.

Junte-se a nós nesse olhar sobre a fascinante vida de Christian Dior e entenda contribuição dele para a alta costura. 

Os primeiros anos de Christian Dior em Paris!

Christian Dior nasceu no início do século passado, em janeiro de 1905, em Granville, uma cidade litorânea do norte da França, mas, ainda menino, mudou com a família para Paris, onde viveria a sua juventude.

Era o segundo dos cinco filhos de Marie-Madeleine e Alexandre Louis Maurice Dior, um bem sucedido dono de uma fábrica de fertilizantes. 

Em 1928, depois de formado em ciência política, com o apoio financeiro do pai, Dior abriu uma pequena galeria de arte, onde exibiu obras de Georges Braque, Pablo Picasso, Jean Cocteau e Max Jacob, mas foi obrigado a fechá-la três anos depois, em razão das dificuldades financeiras que seu pai enfrentava, afetado pela crise de 1929.  

Após o fechamento de sua galeria, Dior começou a pagar as despesas vendendo seus esboços de moda para várias casas de alta costura e jornais, até que conseguiu um emprego como ilustrador para a revista Figaro Illustré.

Em 1938, Christian Dior foi contratado como assistente de design na Maison de Robert Piguet, estilista suíço, radicado em Paris, onde trabalhou até ser convocado para o serviço militar.

Após a rendição da França à Alemanha em 1940, Dior retornou a Paris e foi trabalhar para o couturier Lucien Lelong, que contratava designers para criar as peças que levavam sua etiqueta. 

Dior permaneceu na equipe de Lelong de 1941 até 1946, período em que criava as coleções em colaboração com Pierre Balmain.

Como nos conta Dominique Veillon, no livro “Moda e Guerra”, Lucien Lelong presidiu a Câmara da Alta Costura da França de 1937 a 1947; ele conseguiu impedir a transferência das maisons francesas de Paris para Berlim, como queriam os nazistas, quando invadiram a cidade. 

De toda forma, nesse período, a maison de Lelong vestia, consistentemente, as mulheres de nazistas e colaboradores franceses.

Detalhe, nesse mesmo tempo, a irmã mais nova de Dior, Catherine, que havia se juntado à Resistência Francesa, foi capturada e enviada para um campo de concentração; ela só seria  libertada em 1945, com o fim da guerra.

A criação da Maison Dior em Paris!

A Maison Dior, criada em 1946, na 30 Avenue Montaigne em Paris, foi financiada pelo empresário e fabricante da indústria têxtil Marcel Boussac. 

Dior explodiu na cena da moda em 1947, em Paris, com sua primeira coleção de alta costura que chamou de Corolle – uma referência às pétalas em forma de sino de certas flores, com que pareciam as saias da coleção -, mas que foi quase que imediatamente rebatizada.   

A editora americana da Harper’s Bazaar, Carmel Snow, que assistia ao desfile, surpreendida com o novo estilo proposto por Dior, que se contrapunha ao vigente, por exaltar a feminilidade, marcado por amplas saias rodadas construídas com muitos metros de tecido, comentou que era uma revolução e tanto, um visual tão novo, um “New Look”. 

De fato, a coleção foi uma obra de mestre: silhuetas estruturadas, quadris acolchoados, cinturas finas marcadas e camada sobre camada de tule, tafetá e organza de seda, tudo inspirado no amor de Dior pela Belle Époque. 

Não eram necessariamente roupas fáceis de usar, alguns de seus vestidos de noite pesavam até 27 quilos, mas a coleção, o New Look, era uma rejeição da marcha pragmática na alfaiataria feminina

Vale lembrar que a produção e o consumo de peças de vestuário, como tudo mais, sofreram os efeitos do racionamento, que já vinha ocorrendo nos anos anteriores e atingiu o auge durante a Segunda Guerra Mundial.  

O New Look no pós-guerra, como uma brisa fresca na capital francesa!

Dior não estava interessado em pragmatismo, mas em sonhos e glamour. 

Maria Louise Nery nos conta no livro “A Evolução da Indumentária”, que Christian Dior aceitou a sugestão de um fabricante de tecidos em Lyon e desenhou saias que gastavam entre 15 e 50 metros de tecidos, para incentivar a indústria têxtil.

Segundo essa autora, muitas mulheres sacrificaram lençóis e cortinas para conseguir estar na moda!

 Como comenta François Boucher no livro História do Vestuário no Ocidente, Christian Dior reinou soberano durante dez anos como grand couterier, com criações marcadas pelo exagero descomunal na metragem de tecidos que empregava, renovação dos bordados e requinte dos acessórios, o que era permitido pelo suporte de um vultoso capital financeiro. 

Depois de tantos anos usando calças de tecidos rústicos, trabalhando duro e substituindo os homens nas fábricas, as mulheres queriam voltar a ficar femininas.

Assim, o New Look de Dior, com um estilo ultraconstritivo e hiperfeminino, marcava o fim de uma época, e o começo de outra, em que as mulheres podiam se dar ao luxo de serem extravagantes e deliberadamente glamourosas, para horror de muitas feministas! 

Na verdade, essa mudança na moda que resgata a elegância da Belle Époque, não passou em branco e recebeu muitas críticas, como as de Coco Chanel. Mas isso contamos em detalhes no nosso outro post sobre a rivalidade entre Chanel e Dior!

Após o New Look, naquele mundo pós-guerra, reinou a alegria dos babados e saias amplas, das cinturas de vespa, dos bustos marcados, do fim das linhas secas, nas criações de costureiros como Cardin, Balmain e Balanciaga, além das de Dior.  

Para muitos, o New Look, a sua estreia em Paris, fez com que Dior tomasse o seu lugar de direito no coração da indústria da moda, e seus admiradores, até hoje, não se cansaram do romance de suas criações.

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