Circularidade Criativa

Sustentabilidade & circularidade criativa: uma tendência na moda?

A sustentabilidade, um dos temas preferidos aqui no nosso blog, é também um dos mais discutidos na mídia hoje em dia. 

O mundo está pedindo às empresas que se tornem mais sustentáveis e, em particular, às da indústria da moda, a segunda mais poluente do mundo, depois da indústria petrolífera.  

Segundo o governo francês, a indústria da moda emite 1,2 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa a cada ano. Isso é mais do que todos os voos internacionais e o tráfego marítimo juntos. 

Sem falar no consumo intensivo de água. Para se ter uma ideia, a fabricação de um jeans requer 11.000 litros de água e a de uma camiseta 2.700 litros. Dá para imaginar o impacto disso? 

Outras questões difíceis de resolver são a superprodução e os estoques de produtos não vendidos. 

Diante de todos esses problemas fica a pergunta: será a sustentabilidade na moda uma tendência ou veio para ficar? 

As sete diretrizes para a indústria da moda sustentável

É possível tornar a indústria da moda mais sustentável, desde que haja uma abordagem holística.

Ou seja, as soluções existem, mas envolvem toda a cadeia produtiva e etapas posteriores. 

De fato, é preciso entender que o impacto da moda no meio ambiente não está limitado apenas à fase de produção, mas envolve todas as fases da cadeia de valor, desde a extração de matérias-primas até o consumo e, ainda, o descarte do produto. 

De acordo com a Camera Nazionale della Moda Italiana são sete as diretrizes para a sustentabilidade na moda: 

  1. Definir objetivos concretos, implementando iniciativas em toda a cadeia de valor e monitorando seus resultados;
  2. Adotar práticas sustentáveis no cultivo e produção de matérias-primas;
  3. Repensar o design e a embalagem, do projeto à produção, até o descarte;
  4. Melhorar a cadeia de suprimentos a fim de eliminar as emissões de CO2;
  5. Estimular o consumo sustentável, por meio de modelos de negócios inovadores e indicações precisas para o cuidado com as roupas.
  6. Investir na pesquisa e desenvolvimento em todas as etapas da cadeia de valor;
  7. Garantir transparência e rastreabilidade dos produtos, através de tecnologias como a blockchain, fomentando parcerias virtuosas e adotando normas e certificações para fortalecer o compromisso com a sustentabilidade. 

Fomos à procura de exemplos práticos no mundo da moda que pudessem responder a nossa pergunta. 

Vejam as boas surpresas!  

LVMH e a redução dos estoques

A plataforma Nona Sorce, nascida da ideia de dar nova vida a tecidos e couros não utilizados pelas maisons do grupo LVMH e vendê-los a preços acessíveis, tem um duplo valor. 

Por um lado, cumpre a lei anti-desperdício em vigor na França, que proíbe a destruição de artigos não vendidos.

Por outro, permite aos jovens designers terem acesso a tecidos de alta qualidade a um preço acessível: até 70% menos do que o preço original; são verdadeiras “belezas adormecidas” nos armazéns das casas de alta costura do grupo.

A plataforma estreou com 500 tecidos diferentes, 100.000 metros de tecido e 1.000 metros de couro, todos de uma única Maison do grupo LVMH, cujo nome não foi revelado; no momento, está limitada à Europa e à Grã-Bretanha. 

Depois de lançar essa plataforma de revenda online, a gigante de luxo francesa anunciou sua colaboração com a Weturn, uma startup especializada na transformação de tecidos protegidos pela propriedade intelectual em novos 100% rastreáveis e “made in Europe”.

Calzedonia e WWF, e a missão limpa praias 

Do compromisso da Calzedonia e da WWF Italia nasceu a #missionespiaggepulite, uma colaboração que durará todo ano de 2021 com o objetivo de limpar pelo menos um milhão e meio de metros quadrados de praias italianas. 

Para cada biquíni da Calzedonia vendido, a marca irá colaborar com a WWF na limpeza de um metro quadrado de praia.  

Cem eventos já planejados; muitos voluntários da WWF junto com a equipe da Calzedonia irão trabalhar na preservação do ambiente marinho no Mar Mediterrâneo. 

A empresa também se compromete em reduzir, tanto quanto possível, a quantidade de embalagens utilizadas em seus produtos, com especial atenção ao plástico monouso. 

Somente em 2020, graças à implantação de sacos de papel certificados, utilizados no e-commerce e nas lojas físicas, foi evitado o uso de 69 toneladas de plástico descartável. 

Um resultado considerável! 

O grupo também afirma estar atento e monitorar de perto a cadeia de suprimento.

Isso é possível uma vez que 78% das peças da marca são produzidas por empresas pertencentes ao grupo.

Além disso, a maior parte das meias da marca são produzidas e embaladas em fábricas na Itália e na Croácia que usam energia 100% renovável. 

Diesel e a “biblioteca” para a sustentabilidade 

A partir da próxima coleção de verão, a Diesel vai propor uma ampla gama de peças jeans – calças, jaquetas, tops, saias e muito mais – green e atemporais, com presença permanente nas prateleiras das lojas e, por que não, em nosso guarda-roupa?

As peças serão feitas utilizando fibras, lavagens e tratamentos selecionados com base em um uso eficiente e responsável dos recursos. 

Essas peças terão acabamentos em couro, botões metálicos não galvanizados, etiquetas internas feitas a partir de materiais reciclados, acabamentos celulósicos e contarão com uso de materiais certificados.

Além disso, os jeans terão tratamentos realizados com técnicas inovadoras que reduzem consideravelmente o uso de água em até 90% e de produtos químicos. 

A Diesel criará em paralelo com a coleção um arquivo de tecidos de baixo impacto, fibras orgânicas e recicladas. 

Todos os recursos da “biblioteca” Diesel serão coletados em uma página web acessível aos seus clientes por meio do código QR impresso nas tags das peça. 

A The North Face e a moda circular

A empresa promove a moda circular através de uma nova plataforma de e-commerce que irá vender peças reparadas e recicladas da marca.

A iniciativa oferece uma solução para quem deseja comprar produtos a preços acessíveis e, ao mesmo tempo, está preocupado com o impacto ambiental da moda. 

Embora o The North Face Renewed seja um projeto piloto, a empresa americana espera estendê-lo para outros mercados, sem sacrificar a qualidade, a durabilidade ou o desempenho de suas peças. 

Sustentabilidade e o futuro da moda

A circularidade criativa, upcycling na moda e a preservação do meio ambiente, junto com o consumo consciente, na outra ponta, são os pilares da sustentabilidade na moda.

Não podemos esquecer que marcas engajadas com as melhores práticas de gestão, com o cuidado com o meio ambiente e com a responsabilidade social obtêm resultados positivos, acabando por aumentar o valor de mercado.  

Ou seja, investir nas boas práticas e na sustentabilidade é um bom negócio.  

A abordagem holística na indústria da moda já é a opção do futuro, e as iniciativas das marcas LVMH, Calzedonia, Diesel e The North Face, ótimos exemplos de circularidade criativa, mostram que a sustentabilidade na moda veio para ficar! 

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