Gateway of India e o artesanato indiano no desfile da Dior

Dior e o extraordinário artesanato da Índia

Christian Dior desfila em Mumbai, na Índia?

Estava voltando de mais uma das minhas viagens para Paris, quando li a notícia. 

Havia algo de extraordinário em toda a experiência da diretoria criativa da Maison Dior, Maria Grazia Chiuri, na Índia, ou melhor, na forma como a Christian Dior está interligada com o artesanato em Mumbai.

Maria Grazia Chiuri, na minha opinião, é uma das estilistas mais talentosamente feministas do mundo da moda e que eu admiro muito, é claro! 

Assim eu me juntei aos muitos que assistiram ao desfile da Dior em live stream.

De tirar o fôlego!

Num momento, você está apreciando a passarela épica de um desfile com o Gateway of India ao fundo, ladeada por um tapete de flores multicoloridas, e artistas de Bollywood e a aristocracia indiana na primeira fila. 

No outro, somos atraídos pela beleza do artesanato tradicional indiano, cintilantes vestidos bordados do Rajastão faziam parte disso. 

O desfile e a noite tinham a intenção de transmitir a inspiração da coleção, nada mais que o trabalho do estilista da maison, Marc Bohan, que trouxe a Dior para a Índia em 1962 e imortalizou sua experiência através de fotografias em preto e branco. 

Maria Grazia Chiuri também foi inspirada por um famoso ícone da moda local, Gayatri Devi, Maharani de Jaipur, a primeira princesa do Rajastão a usar um sari de chiffon e não tecido real. Ela era famosa por seus valores e seu grande coração.

Além disso, a Índia também deixou sua marca na mente criativa de Marc Bohan, que incorporou formas derivadas de sari nas coleções da Dior criadas após sua viagem à Índia, que inspiraram Maria Grazia Chiuri.

Oficialmente parte da temporada de outono de 2023 da Dior, as peças da coleção brilharam, literalmente, graças a alguns bordados extraordinários de pavões dourados e tigres feitos pela Chanakya, um ateliê e escola de artesãos com quem a diretora criativa da Dior trabalha há três décadas. 

E, detalhe, a própria Karishma Swali, diretora artística do ateliê, tem uma amizade profissional de longa duração com Maria Grazia. 

Elas se conheceram pela primeira vez em 1992, quando Chiuri, desenhando acessórios para a Fendi, começou a viajar para Mumbai para trabalhar bordados com o ateliê Chanakya. 

Juntas, desde que Chiuri começou na Christian Dior, ela e Swali trabalham por uma moda feminista e ética, e o desfile em Mumbai foi mais uma prova dos valores e propósitos por elas compartilhados.

Uma colaboração profissional e cumplicidade explícitas em muitos momentos, como, nos murais de tecidos bordados por mulheres artistas do ateliê que decoraram as paredes dos desfiles de alta costura da Dior em Paris e, no estabelecimento, em 2015, com apoio da Dior, da escola da Fundação Chanakya, que educa as mulheres e lhes dá oportunidades em um campo amplamente dominado por homens.

“Desde o início, além de ser um símbolo de graça e elegância, Maria Grazia também tem sido extremamente generosa. Acho que nossos valores meio que irradiam para fora.”

Karishma Swali

Maria Grazia vem falando para jornalistas nos bastidores de seus shows em Paris, já faz algum tempo, sobre o trabalho em Chanakya. 

Uma coisa é falar, é claro, outra bem diferente é demonstrar a realidade com o desfile e a imersão no trabalho do ateliê Chanakya com a chance de ver de perto as maravilhas da tradição artesanal que foram transmitidas ao longo de séculos na Índia. 

Surpreendentemente, no artesanato local existem cerca de 300 trabalhos distintos. 

De Kantha, passando por Zardozi e Pachisi, à tecelagem de Madras, é tudo incrível para uma espectadora novata, como eu, nessa especialidade. 

“A Índia é um continente. Cada parte é como um estado, com suas próprias técnicas e culturas tradicionais. Mas acho que, no final, a conexão com elementos da natureza é muito forte em todos os lugares.”

Maria Grazia Chiuri

Chanakya conta com diferentes artesãos de todo o país, uma força de trabalho de 300 a 400 pessoas, que produzem, entre outros, as vastas tapeçarias que Chiuri volta e meia encomenda. E tudo começou dois anos atrás, em 2020, com a instalação do desfile de primavera da Dior em Paris. 

O impressionante é que a equipe da Swali já treinou, até hoje, 1.000 mulheres, a mais jovem com 16 anos, a mais velha com 60 anos, nos oito anos, desde que o ateliê foi fundado, em 2015. 

O programa é estruturado em mais de 950 horas de aula e, após um ano, as estudantes podem conseguir um estágio. Para ajudar a superar as dificuldades financeiras, as viagens são pagas pela escola. 

Muitas, como conta Swali, criaram seus próprios ateliers, ao terminar o curso, ou começaram a ensinar. 

Admiramos o trabalho de Chiuri e Swali que ajudam a construir uma comunidade de mulheres e meninas independentes na Índia. 

“É realmente um trabalho em equipe”, disse Maria Grazia em entrevista para à Vogue, fazendo referência à amiga e colaboradora, Swali, que ela conhece tão bem. 

Não podíamos esperar nada de diferente dela! 

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