O que faz looks saírem do óbvio, atravessarem o tempo e se fixarem na nossa memória coletiva — a ponto de se tornarem referência, gerarem conversa e até mudarem o jeito como nos vestimos?
Todo mundo está comentando o Met Gala 2025 — e, neste ano, os holofotes iluminaram um tapete vermelho que, curiosamente, era azul.
O Met Gala 2025 ocorreu na segunda-feira, dia 5 de maio, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, mantendo a tradição de ser realizado na primeira segunda-feira de maio.
O evento deste ano teve como tema “Superfine: Tailoring Black Style”, celebrando a moda e a cultura negra, com foco especial no dandismo negro e na alfaiataria masculina. O código de vestimenta, intitulado “Tailored for You”, incentivou interpretações criativas da alfaiataria.
Inspirados pelos looks que dominaram a noite, reunimos nossa equipe para relembrar os momentos mais icônicos da história da moda.
É claro que temos nosso favorito deste ano (como não ter?), mas neste post o convite é outro: um mergulho nostálgico nos looks que realmente deixaram sua marca no tempo.
Você já parou para pensar? São centenas de desfiles por cidade, inúmeras cidades por temporada e dezenas de looks por desfile. O resultado? Milhares de novas propostas desfilam nas passarelas todos os anos.
E isso sem contar os looks que surgem nos tapetes vermelhos e nas ruas — clicados, compartilhados e espalhados pelo mundo.
Nas redes sociais, milhões exibem seus rituais diários de vestir, acompanhados por curtidas, comentários e reações em escala global.
Diante desse turbilhão de imagens e referências, decidimos ir além da pergunta “O que faz um look se destacar?” — e embarcar na missão de eleger os mais icônicos da história da moda. Muito nos ajudou nessa seleção o artigo da Harper’s Bazaar, “The 50 Most Iconic Looks of All Time”.
Depois de muitas conversas e filtros, chegamos a uma seleção final de 11 looks inesquecíveis.
Eles não estão em ordem de importância — afinal, impacto não se mede em números —, mas sim em ordem cronológica. Aqui estão os que, para nós, ajudaram a escrever a história da moda.
Vestido de lagosta de Wallis Simpson por Schiaparelli, 1937
O Lobster Dress ou vestido de lagosta de Wallis Simpson, criado por Elsa Schiaparelli em 1937, não apenas gerou um escândalo real, mas também consolidou a estilista como a principal representante do surrealismo na moda.
Sua criação, feita em colaboração com Salvador Dalì, trouxe a irreverência e o humor ao mundo da alta-costura, marcando uma era e tornando-se uma referência constante na história da moda.
New Look de Christian Dior, 1947
O famoso conjunto com casaco de cintura marcada e saia ampla, da coleção de estreia de Christian Dior em 1947, apresentou uma silhueta que não apenas redesenhou o corpo feminino no pós-guerra, mas também sinalizou um novo começo para a moda.
Ao vê-lo, a lendária editora da Harper’s Bazaar, Carmel Snow, não hesitou: chamou aquilo de New Look. E estava certa — ele redefiniu a moda para uma geração inteira.
Vestido de casamento de Grace Kelly, 1956
Criado pela figurinista Helen Rose, este vestido se tornou o protótipo do “casamento perfeito”, dando origem a uma infinidade de modelos semelhantes. Quase 70 anos depois, ele ainda mantém sua relevância, consolidando o visual clássico de noiva que nunca sai de moda.
Jeans e camiseta de Jane Birkin, 1974
Jane Birkin eternizou o uniforme despretensiosamente cool composto por camiseta branca, jeans azul e sua inseparável cesta de vime. O visual, simples à primeira vista, capturava um novo ideal de estilo feminino: natural, autêntico e atemporal — um ícone de elegância casual, despreocupada, que continua a inspirar gerações.
Coleção Primavera 1993 de Maison Martin Margiela
Essa coleção é a personificação do design ousado e revolucionário de Margiela: a icônica bota Tabi, a modelagem assimétrica e o minimalismo desconstruído — uma estética que só ele soube criar. Uma visão única, que deixou sua marca na moda para sempre.
O vestido de alfinetes de segurança de Gianni Versace usado por Elizabeth Hurley, 1994
O vestido de alfinetes de segurança usado por Elizabeth Hurley não apenas virou manchete — tornou-se um símbolo de ousadia e sensualidade. Foi punk, foi provocação, foi puro impacto, como conta Valerie Steele, diretora e curadora-chefe do Museum at the Fashion Institute, em entrevista à Harper’s Bazaar.
Gwyneth Paltrow em Tom Ford para Gucci, 1996
Inicialmente apresentado na coleção Outono/Inverno 1996, o terno rico e perfeitamente cortado ganhou fama quando Gwyneth Paltrow o usou no MTV Video Music Awards daquele ano. Em 2021, Alessandro Michele trouxe uma reedição da peça em sua coleção Aria, novamente vista em Gwyneth — o que reafirma o talento de Tom Ford em criar alguns dos ternos mais icônicos da história da moda.
O vestido final da coleção Joan de Lee Alexander McQueen, 1998
No seu extraordinário desfile dedicado a Joana d’Arc, a última modelo apareceu vestindo um catsuit vermelho com capô, dentro de um círculo de fogo. McQueen criou muitos looks icônicos, mas este se destacou especialmente, talvez por evocar sua própria história de genialidade e martírio, tornando-se uma das criações mais emblemáticas de sua carreira.
Jennifer Lopez em Donatella Versace, 2000
Quando Jennifer Lopez usou aquele vestido verde da Versace no Grammy Awards, milhões de pessoas o viram, e ele rapidamente se tornou um ícone da moda, entrando para o Hall da Fama, assim como o famoso vestido de alfinetes de segurança anos antes. Sua exuberância, com decote profundo e estampa tropical, fez um impacto imediato — tornando-se símbolo de sensualidade e estilo — e foi tão marcante que até inspirou o lançamento do Google Imagens.
Phoebe Philo no desfile Outono 2011 da Céline
O visual da designer gerou uma verdadeira obsessão entre as mulheres estilosas que queriam emular o estilo de Phoebe, com seus tênis Adidas Stan Smith. Era chique, mas com um toque de desordem, simples, mas também preciso, cool, sem nunca parecer forçado.
Zendaya em Mugler de arquivo, 2024
A criação “Gynoid” da Mugler é, sem dúvida, um dos maiores looks de moda já criados. Estreando no desfile de 20 anos do Cirque d’Hiver de Thierry Mugler em 1995, esse look se tornou parte do imaginário fashion. É difícil imaginar que alguém o usaria na vida real — na verdade, são poucas as pessoas capazes de carregá-lo com tanta imponência. Mas foi exatamente isso que Zendaya fez ao usá-lo na estreia de Dune em fevereiro de 2024. Um look literalmente de outro planeta.
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