Basquiat

Jean-Michel Basquiat: de precursor do streetwear a genuine influencer?

O norte-americano Jean-Michel Basquiat, artista expoente dos anos 80, tinha um olhar único, “estrangeiro” no seu próprio tempo, construía obras de arte diante das quais era impossível ficar indiferente. 

Nos seus apenas 27 anos de vida Basquiat conquistou o mundo da arte, criando mais de 1.000 pinturas e de 2.000 desenhos. 

A expressão artística e comportamental do nova-iorquino teve suas origens no subúrbio e impactou significativamente o cenário fashion internacional.

Com uma arte ousada, intensa e cheia de significados, é considerado por muitos estilistas o precursor da moda streetwear.

E vai além, no seu próprio estilo de vestir expressa a sua arte e nos convida a criar uma moda autêntica e, sobretudo, coerente com quem se é.  

A vida irrequieta de Basquiat

Aos três anos de idade, Basquiat já mostrava talento para as artes, desenhando caricaturas e personagens dos desenhos animados. 

Com apenas seis anos, era frequentador assíduo do Museu de Arte Moderna de Nova York.

Com sete anos, Basquiat foi atropelado quando brincava na rua, teve um braço quebrado e graves lesões internas. 

No hospital, enquanto se recuperava, recebeu de sua mãe um livro de anatomia com desenhos lhe causaram profunda impressão e vieram a influenciar a sua arte anos mais tarde. 

Aos 18 anos, Basquiat saiu de casa e foi morar com alguns amigos, para sobreviver, ele passou a pintar camisetas e vender nas ruas da cidade. 

Com o amigo grafiteiro, Al Diaz, passaram a grafitar paredes e o metrô de Nova York e a assinar como SAMO, acrônimo para “Same Old Shit”. 

Ele expressava por meio da sua da arte uma filosofia de vida marcada pela precariedade social e material e o contexto social, econômico e político em que vivia. 

As ruas de Manhattan se tornaram o estúdio do artista! 

Vale lembrar que na época o pensamento yuppie e extremamente consumista estava na ordem do dia.

Ao contrário do que muitos dizem, as suas pinturas eram extremamente conceituais e no ápice de sua carreira, as suas obras foram consideradas neoexpressionistas.

A arte neoexpressionista de Basquiat 

Os neoexpressionistas reagiram contra a arte conceitual e a arte minimalista da década de 1970, retratando figuras, como o corpo humano, de forma áspera e violenta e usando cores vivas e expressivas, embora ainda haja abstração no traço de alguns artistas.

Viam a arte como um meio de expressão da emoção e da individualidade; dando espaço para a autobiográfica, a psicologia, o simbolismo e a narrativa, passam muitas vezes, uma sensação de perturbação interna e tensão nas suas obras.

Basquiat abusava da falta de limites e simetria, das cores e da figuração abstrata, valendo-se, ainda, de inúmeros signos que remetiam ao mundo urbano. 

Combinações impressionantes, de caráter psicológico, evocando percepções, sentimentos, pensamentos e conflitos, sobretudo racial, por meio de figuras, diagramas anatômicos e palavras e frases enigmáticas são recorrentes na obra de Basquiat.

Mas, além de ter se dedicado à arte, Basquiat teve uma vida conturbada e a sua amizade e colaboração com Andy Warhol foi fundamental. 

Warhol já era um artista consagrado e respeitado, enquanto Basquiat emergia no cenário da arte plástica norte americana. 

Ao colaborar, eles fundiram dois estilos: a reconhecível técnica da pop art de Warhol e a abordagem existencial de Basquiat.

Com Warhol, Basquiat aprendeu que o culto às celebridades se tornaria algo quase inescapável e, como o amigo, nos seus poucos anos de vida também se transformou em uma! 

I’m not a real person. I’m a legend.”

JEAN-MICHEL BASQUIAT

“Eu não sou uma pessoa real. Eu sou uma lenda”, afirmou Basquiat certa vez.

A moda vista através das obras (e guarda-roupa!) de Basquiat

A vida de Basquiat era indissociável da arte!

Ele começou grafitando nas ruas de Manhattan, produzindo desenhos e pinturas, mas também a moda, desde logo, se inseriu na sua trajetória de modo significativo. 

Basquiat pintava camisetas para ajudar no orçamento que chamaram a atenção de boutiques famosas. 

Contam que a sua primeira “exposição” aconteceu numa boutique nova iorquina disputada por artistas alternativos, a House of Field, de Patricia Field, que anos mais tarde ganharia o Emmy pelos figurinos de Sex and the City.

Já famoso, no fim dos anos 80, ele desfilou para a marca japonesa Comme de Garçons de terno e um inesperado sapato boneca. 

Basquiat expressava o seu modo de pensar, ser e estar no mundo no seu corpo, na moda que criava.

Ele, sem dúvida, propôs um estilo irreverente para a época. 

Vestia qualquer peça de roupa que lhe agradasse, com combinações improváveis, autênticas e, com isso, transmitia, além de uma evidente sensação de conforto, ousadia e liberdade.

Com um guarda-roupa cheio de contrastes – highs e lows –, Basquiat abusava das peças oversized nas combinações.

Usava jaquetas gigantes, sobre suéteres antigos e camisas fechadas até o último botão, sem contar com calças justas de alfaiataria e peças do estilo grunge. 

Na moda, esse estilo cheio de significado, totalmente visual e inquieto de Basquiat chamava a atenção.  

Era comum vê-lo combinando um conjunto impecável de blazer, camisa e gravata com uma calça pintada por ele; era a arte vestida no seu próprio corpo!

Sabe aquela roupa esquecida no fundo do seu guarda-roupa? 

Certamente ele faria um  upcycling. Daria uma “segunda vida” a ela, compondo outfits inusitados.

E isso não vai na direção da moda sem marcas? Do vestuário “afetivo”, onde vale mais o caminho para se obter (e por que não criar!) um objeto de desejo que o objeto por si só? 

A moda e as obras de Basquiat nos dias de hoje

Basquiat continua inspirando o trabalho de muitos designers e a criação de coleções e peças de muitas marcas, como Supreme,  Reebok, Agnés B., Comme des Garçons, Off-White, como mostra o artigo da Harpers Bazaar

Recentemente, a Tiffany mostrou, em primeira mão, o quadro “Equals Pi”, uma pintura inédita de Basquiat realizada no azul icônico da marca, em sua campanha publicitária “About Love”, estreladas por Beyoncé e Shawn “Jay-Z” Carter que evoca a figura de Basquiat. 

Basquiat com seu gênio inquieto não seria um influencer nas redes sociais de hoje? 

Para além das tendências de moda, a ousadia do artista nos inspira a vestir peças que façam sentido para nós! 

Imperdível o filme “Basquiat – Traços de uma Vida”, dirigido pelo também pintor neoexpressionista Julian Schnabel contemporâneo de Basquiat.

Não deixe de conferir: Jean-Michel Basquiat Life & Legacy

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