Designers Ucrânia

A voz dos estilistas ucranianos

Como a moda está reagindo diante da guerra na Ucrânia.

Quando os olhos do mundo da moda se voltaram para os desfiles das coleções de Outono/Inverno 2022-23 em Milão, com uma programação predominantemente presencial, deu-se início a um novo capítulo dramático da nossa história: a invasão da Ucrânia.

Os desfiles seguiram na capital da moda italiana, mas o da coleção de Giorgio Armani se deu em total silêncio.

Elisabetta Franchi, que recentemente inaugurou a sua primeira monomarca na capital da Ucrânia, fez declarações diretamente do backstage contra a guerra. 

Mas foi do lado de fora das passarelas que vozes se fizeram presentes; protestos seguiram em Milão.

Na semana seguinte, Ralph Toledano, presidente da Fédération de la Haute Couture et de la Mode, na inauguração da Fashion Week de Paris nos lembrou o papel da moda nisso tudo:

 “Como expressão da criatividade, a moda se baseia na liberdade e seu papel é contribuir para a emancipação individual e coletiva da sociedade.”  

As redes sociais entraram em curto-circuito, com um ininterrupto bombardeio de pedidos de ajuda do povo ucraniano, ao mesmo tempo que foram exibidos ao vivo os vídeos dos desfiles em Paris. 

Demma Gvasalia, diretor criativo da Balenciaga que se define como um “eterno refugiado”, fez um desfile cheio de significados numa passarela coberta de neve.

A verdade é que nenhum de nós consegue sair imune da sensação de impotência diante de uma nova guerra. 

O show tem que continuar! Será? 

Nós da Blomme acreditamos numa moda consciente, que nos faz refletir sobre o nosso papel na sociedade. 

Nesse momento, vemos, sensibilizados, como os fashion designers e profissionais da moda da Ucrânia estão comprometidos com o destino do seu país.

Marcas como Sleeperde loungewear, nascida em 2014 durante a revolução ucraniana, e Bettermarca de moda upcycled, mostraram isso por meio de declarações de seus fundadores e seus posts nas redes sociais.    

Assim como a Ksenia Schnaider que mudou radicalmente o próprio perfil no Instagram; publicaram imagens da guerra, mostrando ao mundo a situação no país.

A própria DressX, plataforma de avant-garde no mundo metaversofundada pelas ucranianas Daria Shapovalova e Natalia Modenova, empresa hoje baseadas em Los Angeles, da qual falamos noutro post, decidiu destinar a receita das vendas de uma coleção virtual para ajudar a população do país. 

Estilistas ucranianos

Mas são os relatos de estilistas ucranianos, como o de Nadiia Shapoval, que mostram o quanto eles são ligados ao país, e que as marcas que nascem na Ucrânia tendem a permanecer por lá. 

Nadiia sabia, desde o início, que o país precisava dela; escolheu criar o seu bussiness, pagar os impostos e tudo mais na sua terra natal. 

Hoje, a Ucrânia precisa mesmo de ajuda.   

Katya Timoshenko, fundadora da marca Katimo, conta que acordou numa manhã e viu uma explosão fora da janela; se vestiu, pegou os documentos e saiu de casa, sem saber se voltará a ver a sua casa em Kiev. 

Ela suspendeu o trabalho de toda a equipe, fechou a flagship store da marca; Katya e parte da sua equipe estão escondidos em refúgios, de muitos não tem notícia. 

Vale a pena conferir os relatos da equipe da Vogue Ucrânia sobre como conseguiram sobreviver nos primeiros dias da invasão russa e da designer Svitlana Bevza que escolheu ficar em Kiev mesmo sobre ataque russo. 

Tempos de Guerra. 

Mais uma, algo inaceitável nos dias de hoje! 

O luxo está se posicionando! Será?

Depois da incerteza inicial, a indústria da moda tomou uma posição na guerra na Ucrânia, e o fez por meio de doações a favor dos refugiados ucranianos e bloqueio de operações comerciais com a Rússia.  

Farfetch, Nike, Adidas, H&M e Asos suspenderam as suas operações na Rússia.   

Também a Mango, que possui 800 empregados e 120 lojas na Rússia, fechou temporariamente todas elas. 

A Burberry interrompeu o fornecimento de suas peças para a Rússia, mas inicialmente manteve as suas duas lojas abertas. Vale lembrar que as vendas da marca britânica na Rússia representam menos que 1% do total de suas vendas. 

A Camera Nazionale della Moda Italiana declarou que fará doações de recursos para os ucranianos; a Federação da Alta Moda e da Moda francesa convidou seus membros a fazerem o mesmo por meio da Agência da ONU para Refugiados.

Na Inglaterra, o British Fashion Council foi além, condenou as ações do governo russo e convidou as marcas a fazerem o mesmo: se posicionar.    

Essa é a moda que queremos para nós! Será?

As marcas de luxo deram declarações antes e durante desfiles de Milão e Paris e fazem doações para os refugiados, as redes de fast fashion fecharam as suas lojas na Rússia e plataformas de e-commerce suspenderam as atividades no mercado russo. 

Mas são os estilistas e profissionais da moda ucranianos que, nesse momento, nos comovem, mostram que a moda pode ser consciente e nos convidam a acreditar que nós podemos ser melhores do que fomos até hoje. 

Na moda, pensando no que nos legou a ética platônica, o “verdadeiro” Belo não seria a forma manifesta do Bem?   

Nós da Blomme acreditamos na beleza, na liberdade e no bem que temos dentro de nós, como fashionistas e profissionais da moda

Assim, nesse momento, mais que nunca, cabe a pergunta: 

Qual a moda que queremos para nós? 

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