Você sabe o que é slow fashion?
O slow fashion são práticas aplicadas à indústria da moda inspirado no movimento do slow food.
Está ligado à desaceleração dos ciclos da moda, propondo peças de qualidade que atravessam estações, se opondo à produção industrial de larga escala e ao consumo de massa, ou seja, ao fast fashion.
A “moda lenta” se refere às práticas éticas e sustentáveis na concepção, produção e consumo de moda, assim como uma produção artesanal em pequenas quantidades.
Por dentro do slow fashion
Os produtos criados dentro da concepção slow fashion são atemporais e de qualidade, preservando o meio ambiente e respeitando as tradições locais.
Todos os envolvidos no processo produtivo estão conscientes do impacto dos produtos sobre as comunidades e o ecossistema.
Além disso, na comparação como o ciclo produtivo na indústria da moda nos seus diversos níveis, o tempo no slow fashion é “diluído” e o planejamento é feito a longo prazo.
Um verdadeiro alívio para quem conhece os tempos e o ritmo da moda!
As peças criadas com essa mentalidade são exclusivas e personalizadas, as matérias-primas empregadas são sustentáveis e sobrevivem a muitos anos de uso e o processo produtivo envolve profissionais capacitados e valorizados.
Assim, logicamente, os custos tanto de produção quanto do produto final são significativamente mais elevados que no fast fashion.
Não obstante, essa forma de pensar a moda ganhou força com a pandemia que nos fez diminuir o ritmo, parar e refletir sobre nossas vidas, e isso não excluiu os nossos hábitos de consumo.
Será que precisamos de todas as roupas que temos no nosso guarda-roupa?
A resposta a essa pergunta pode fazer toda a diferença para o futuro do nosso planeta.
A adoção do slow fashion nas marcas Arturo Obegero, Babaà, Chité (roupas íntima) e Blue of a Kind (jeans), conforme comentado na Vogue Itália, mostra que é possível repensar os tempos da moda.
Também algumas iniciativas chamaram a atenção no meio da moda na Itália, como o projeto Decontoured,dando uma nova vida a peças usadas (upcycling), e o projeto WearMe30Times, que incentiva o uso das peças mais de 30 vezes, antes de descartá-las.
Slow fashion, upcycling e o valor terapêutico da moda
O nome do projeto Decontoured, de acordo com a sua fundadora Kristina Spirk, significa Contour ou contorno da forma, a identidade estética de uma peça, e vem antecedido do prefixo “de” que diz respeito à transformação e à desconstrução da forma.
São muitas as histórias de transformação nesse projeto.
Por exemplo, uma cliente levou um casaco ao atelier de Kristina em Milão herdado da avó, mulher de um diplomata, que teve oportunidade de conhecer o mundo antes da globalização e da internet.
Ásia, Oriente Médio, África … lugares inimagináveis para uma mulher naquela época.
Ela perdeu a avó aos sete anos e não teve um dia que não sentisse a sua falta.
Na última vez que ela a viu, a avó usava um casaco branco com a lapela em pele, sorridente como sempre.
Essa cliente pediu para Kristina dar uma nova vida a esse casaco.
Com grande sensibilidade, a estilista o recriou.
Fez uma peça double face com as mangas removíveis, versátil, que dá a possibilidade da sua cliente mudar o seu visual muitas vezes durante o dia e utilizá-lo nas mais diversas ocasiões.
Os bolsos e algumas outras partes do casaco não estavam em boas condições. Ela aplicou manualmente algumas pérolas, de modo a valorizá-lo.
Assim, o slow fashion e o upcycling, reutilizando peças “pre-loved”, têm muitos benefícios: baixo impacto ambiental, quantidades menores e ritmo mais lento que transcende as estações.
E, ainda, pode se valer da utilização de tecidos e materiais pré-existentes, mas não só isso…
Reusar uma peça muito amada, que faz parte do nosso passado e com as quais ainda temos laços afetivos, pode ter um valor até mesmo terapêutico.
Ótimo artigo!!!
Muito obrigada!
Muito bom!Parabéns!