Já faz algum tempo que planejo um post sobre um dos meu tecidos favoritos.
No passado era considerado um tecido “tradicional” (para não dizer fora de moda!), mas hoje chama cada vez mais atenção do mundo fashion.
Trata-se do linho.
Uma fibra ECO por excelência, e saiba por quê.
Entenda o que é o linho!
Os tecidos em linho são feitos de fibras muito finas, obtidas diretamente da planta do linho.
Estas fibras são extraídas e torcidas, formando os fios, e em seguida tecidas.
Bastante leve, esse tecido é capaz de manter o calor durante os meses de inverno e permanecer seco e fresco nos meses mais quentes.
Isso porque, ao contrário do algodão que tende a reter a umidade por um tempo significativo, o linho seca rapidamente, o que ajuda a reduzir a retenção de calor em condições climáticas excessivamente quentes.
Antibacteriano, bactérias e outros germes têm dificuldade em sobreviver nas suas finas fibras.
Apesar de ter sido usado ao longo de milênios, a indústria têxtil ainda encontra usos inovadores para ele.
O jeans fabricado com linho em vez de algodão, por exemplo, mantém a aparência típica do índigo, mas dá maior resistência e durabilidade às peças, reduzindo o descarte e contribuindo para a maior sustentabilidade na indústria da moda.
Ainda oferece muitas possibilidades: o aloe vera, por exemplo, mantém o tecido ainda mais macio e sem rugas, e a seda e a lã o tornam ainda mais versátil, possibilitando o uso ao longo das estações do ano.
De onde vem o linho!
O linho foi usado pela primeira vez na Antiga Mesopotâmia.
Embora o seu uso fosse principalmente reservado para a classe dominante, no Egito Antigo essa fibra rapidamente se tornou popular.
Devido ao clima quente egípcio, era necessário criar roupas que resistissem aos raios solares e permitissem o resfriamento.
Curiosamente, este tecido também foi usado para fazer as mortalhas e envolver as múmias.
Os gregos antigos o usavam para fazer roupas e utensílios domésticos, e foram os fenícios que introduziram a produção desse tecido na Europa Ocidental.
Mais tarde, a Irlanda tornou-se o centro da produção europeia de linho.
O linho permaneceu popular durante séculos, mas à medida que a produção de algodão se tornava mais barata e fácil, o papel central que o linho costumava manter dentro da economia têxtil da Europa gradualmente diminuiu.
O linho perdeu importância por muitos anos na comparação com algodão, pois requer processos mais trabalhosos e demorados na sua produção.
Uma fibra que respeita o meio ambiente!
Trabalhando no mundo da moda nos últimos nove anos pude ver essa evolução.
No início da minha carreira quase não tínhamos linho na coleção.
Hoje vejo todos os tipos de peças feitos com esse tecido, do tradicional linho usado para peças formais até os linhos mistos com fibras técnicas usados para o mundo do outerwear.
Os designers estão cada vez mais de olho nesse material. E por quê?
É um material “genderless” (sem gênero), o que possibilita mil usos, e ainda respeita o meio ambiente, um valor cada mais presente no mundo fashion.
Uma válida alternativa ao algodão!
O linho é cultivado respeitando o meio ambiente, sem desperdícios e não necessita de irrigação (em 99% dos casos).
Uma fibra naturalmente de alto desempenho com qualidades intrínsecas, como a termorregulação, adequada para praticamente todos os nossos novos estilos de vida.
Ao inovar, misturando linho com outras fibras, como lã ou seda, assim como jeans, a indústria têxtil colocou o linho em evidência novamente.
E um detalhe, esses linhos mistos são mais agradáveis ao toque que a fibra pura, além de serem mais resistente à sujeira, mais fáceis de lavar e amassarem pouco.
Assim, o linho, uma das fibras mais antigas do mundo, hoje é uma das mais inovadoras.
Quer saber mais sobre os tecidos sustentáveis e o que vem sendo feito pelo mundo afora?
Não perca o nosso post sobre a Finlândia e a sustentabilidade na indústria têxtil.