Durante a minha carreira sempre me deparei com a palavra “tendências” em termos de cores, formas, silhuetas, materiais, enfim uma infinidade de elementos que nós, profissionais da moda, devemos estar por dentro, se quisermos criar uma coleção de moda de sucesso.
Por que as tendências ditam o que as pessoas vão querer usar, ou seria o contrário?
Enfim “tendências” são frequentemente confundidas com os termos “moda”, “estilo” “modelo” ou “design”, ou, como diziam nos meus tempos de Londres “fashionable” ou “stylish”.
Então, o que exatamente é uma tendência de moda?
Como sempre digo aos meus alunos, uma tendência não é estática, mas transitória, e refere-se a uma direção ou movimento. Por exemplo, se você lê em uma revista de moda que “metalizados são tendência para esta temporada”, isso significa que estilistas mostraram peças feitas em tecidos metalizados ou detalhes metalizados na passarela, varejistas começaram a introduzi-los em suas lojas, e alguns consumidores ávidos por novidades já estão usando peças metalizadas.
Vale lembrar que os estilistas geralmente começam a pensar no conceito para a nova coleção um ano antes de as peças chegarem, de fato, às lojas.
Portanto, saber o que os clientes vão querer usar na próxima temporada é muito mais do que apenas uma informação útil: é um requisito para o sucesso.
Quando conhecemos as tendências da moda e desenvolvemos coleções com base nelas, aumentam as probabilidades de que os consumidores estejam ávidos por essas peças quando chegarem às lojas.
É fundamental considerar a identidade da marca durante a pesquisa de tendências, selecionando aquelas que mais se alinham aos valores e posicionamento da empresa, garantindo assim a criação de coleções coesas e autênticas.
Ao combinar a análise das tendências com a compreensão da identidade da marca, é possível desenvolver produtos que não apenas agradam ao público, mas também fortalecem a imagem da empresa a longo prazo.
As tendências não se limitam ao vestuário, acessórios e cosméticos; elas podem ser identificadas em outros setores, incluindo literatura, culinária, design de interiores, indústria automobilística e eletrônica.
Quando falamos de “estilo”, tratamos de algo completamente diferente das “tendências”.
Os estilos existem não apenas na moda, mas também na arquitetura, pintura, música e política. Muitas vezes falamos de estilos “hippie” ou “punk”, por exemplo. Algumas celebridades, como Lady Gaga, criaram seus próprios estilos distintos. Embora reconheçamos esses estilos, isso não significa necessariamente que os estilos sejam adotados por um grande grupo de pessoas.
Enquanto o estilo é uma expressão pessoal, a moda reflete um consenso social. É um estilo que se torna popular em um determinado momento porque é visto como desejável pela maioria das pessoas.
No contexto do desenvolvimento de produtos, o termo “style” ou modelo se refere à diversidade de subcategorias dentro de uma categoria principal. A categoria de saias, por exemplo, engloba subcategorias como minissaia, saia lápis, saia evasê e saia plissada.
Já o “design” combina de maneira única formas, silhuetas, tecidos, aviamentos e outros detalhes que tornam essa peça de moda diferente de todas as outras da mesma categoria.
Dentro de cada estilo, pode haver vários designs, mas todos compartilham componentes de design comuns, que distinguem esse estilo de todos os outros. Por exemplo, o estilo hippie compartilha componentes de design, como franjas, silhuetas boca de sino, tie-dye e bordados.
Descubra como identificar, analisar e aplicar as tendências de moda para criar coleções de moda, com ajuda do nosso Observatório de Moda.