Museu de moda como estratégia de marketing.

A estratégia de heritage marketing trendy no mundo fashion!

Conheça a estratégia de heritage marketing das marcas de moda através de quatro museus e espaços expositivos imperdíveis.

Desde sempre, a moda acompanha a história da sociedade, povoando a nossa imaginação, e vem, cada vez mais, conquistando um merecido lugar de destaque nos museus pelo mundo.

Na verdade, como professora de moda, com um olhar atento, posso dizer que a moda narra a história das pessoas e da evolução da humanidade. 

Assim, contar a moda através da trajetória de um estilista e da sua Maison, por meio de um museu próprio, como o Armani Sillos em Milão, ou uma mostra temporária, como no Met em Nova Iorque, é o que tem de mais “trendy” no mundo fashion, atualmente. 

Então, vamos aos fatos!

A moda busca novos palcos, e a venda virou uma performance.

Gestos são coreografados pelos vendedores, os espaços expositivos para os produtos compõem verdadeiras obras cenográficas, sem contar com as vitrines, é claro! 

Tudo de tirar o chapéu! 

Hoje quem compra luxo quer viver uma experiência, entrar num mundo maravilhoso, e é exatamente nesse contexto que ganham destaque os museus e espaços expositivos das grandes marcas de moda.

Alguns museus um tanto inspiradores!

Gucci Garden, Florença

Gucci Garden, museu inaugurado em 2011 e renovado em 2018 por Alessandro Michele, fica no antigo Palazzo della Mercanzia, na Piazza della Signoria em Florença, e resgata a história da marca com suas históricas campanhas publicitárias e objetos vintage, e tem curadoria de Maria Luisa Frisa, um ícone no meio, que transita com reconhecida autoridade pela moda, arte e o design italiano.

A Gucci Garden inclui objetos e acessórios que marcaram a história e contribuíram para o sucesso da marca: a estampa Flora, o duplo G, o mocassim, a bolsa Jackie e a bolsa Bamboo, para citar alguns.

A exposição está distribuída por ambientes: abre com a sala “Guccification”, dedicada ao duplo G da Maison, depois continua na sala “Paraphernalia”, dedicada aos códigos da Maison, e “Cosmorama”, que conta a história da clientela histórica da Gucci, um mergulho no  jet set cosmopolita da marca.

Em referência ao próximo ambiente “Rerum Natura”, Alessandro Michele explica:

O jardim é real, mas é sobretudo mental, povoado por plantas e animais: como a cobra, que rasteja por toda parte, e simboliza de alguma forma um começo perene e um retorno perene.

Assim, abre-se um percurso entre besouros, nenúfares, larvas, lagartas, rosas, mariposas, joaninhas, libélulas, gafanhotos e borboletas, a natureza enfim. 

E Michele vai além e conta como criou o espaço: 

Tudo o que me inspira e que cito, seja de ontem ou de quatro séculos atrás, acontece comigo ao mesmo tempo diante dos meus olhos, então está presente.  É o meu presente, é a minha contemporaneidade, e é a única coisa que posso e quero contar.

Uma experiência e tanto, num cenário perfeito, imperdível!

Armani Silos, Milão

Já Giorgio Armani, para comemorar 40 anos de atividade, em 2015, reformou e adaptou, cuidadosamente, um antigo depósito de cereais da década 50, na Via Bergognone em Milão, um espaço de 4.500m², onde abriu seu próprio espaço museológico.

Escolhi chamá-lo de Silos porque os grãos, matéria-prima para a vida, eram armazenados ali, e assim, como a comida, a roupa também é necessária para viver. 

Inaugurado em 2015, Armani Silos celebra o trabalho do estilista e conta em seu acervo com 600 peças de roupas e 200 acessórios, o melhor das coleções criadas por Giorgio Armani de 1980 até os dias atuais, além abrigar exposições temporárias de arte e fotografia.

O museu destaca a influência, nas criações de Armani, das culturas africana e paquistanesa, representadas pelas túnicas, da indiana, pelas saias e camisas sem gola, e da do sudeste asiático, pelas saias drapeadas.

Uma experiência mais convencional que o Gucci Garden, mas igualmente imperdível, numa das áreas renovadas e vibrantes de Milão.

Fondazione Prada, Milão

Um outro tipo de conceito, muito inovador, é o espaço expositivo da Fondazione Pradaque tem sido, durante muitos anos, sinônimo de valorização da arte em todas as suas formas. 

Um lugar onde o pensamento pode fluir livremente, acolhendo artistas consolidados e emergentes. 

A história da fundação tem-se início em 1993 com a realização de projetos de arte contemporânea, fotografia, cinema e arquitetura. 

Miuccia Prada começou, na década de 90, a colecionar diversas obras de arte moderna junto com o marido, Patrizio Bertelli. 

Desde o início, havia o desejo de mostrar essas obras ao público, conforme contam. 

O objetivo do casal não era apenas criar um espaço expositivo comum com grandes obras e dos mais famosos artistas contemporâneos, mas a intenção era criar um lugar onde a cultura se disfarçasse de instrumento de conhecimento, capaz de dar origem a processos intelectuais em constante evolução. 

A atual sede da Fondazione Prada, inaugurada em 9 de maio de 2015, fica numa antiga destilaria em Milão que remonta ao início do século XX, que era conhecida,  no passado, por Società Italiana Spiriti.  

O projeto foi assinado pelo arquiteto Rem Koolhas do escritório de arquitetura holandês OMA. 

Hoje a Fondazione Prada é constituída por um complexo de edifícios que conta com espaço museológico e uma galeria de arte contemporânea permanente, que exibe obras de vários artistas, incluindo Jeff Koons, Walter De Maria, Pino Pascali, Damien Hirst, Carsten Höller, e ainda recebe exposições temporárias.

Para quem ama moda, mas também arte, uma visita inesquecível!

Met, Nova Iorque

Por fim, mas não menos importante, é a experiência da moda no Metropolitan Museum of Art Met em Nova Iorque. 

A exposição deste ano no Met homenageia o estilista Karl Lagerfeld que, em seus mais de 65 anos de carreira, criou roupas que entraram para a história da moda.

Inaugurada no dia 5 de maio, a exposição tem o tema “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty”, o mesmo da festa de gala no Met que tradicionalmente antecede a abertura da exposição.

Karl Lagerfeld é conhecido por uma das colaborações mais duradouras da história da moda à frente de duas das maiores maisons de luxo do mundo; foram 36 anos na direção criativa da Chanel e 55 anos na da Fendi. 

Um fato inédito na moda!

Andrew Bolton, o curador da exposição, selecionou 200 peças criadas por Karl para as Maisons para qual ele trabalhou – Patou, Chloé, Fendi, Chanel -, além da marca que leva seu nome, e as exibiu em espaços projetados pelo arquiteto Tadao Ando bem ao lado dos croquis feitos pelo estilista. 

Ao esmiuçar a obra de Lagerfeld, a exposição mostra as muitas facetas do designer, do figurativo e abstrato ao contracultural e, por trás de tudo, seu lado teutônico e o outro, francês, a racionalidade e a emoção.

A exposição não deixa de preservar (e prolongar!) o fascínio que o Met Gala, uma das noites mais esperadas do mundo da moda, exerce sobre os fashionistas.

Uma visita imperdível, sem dúvida!

Com os olhos no futuro!

Para uma professora de moda, apaixonada por história como eu, essas são, sem dúvida, ótimas notícias: museus e os espaços expositivos como uma estratégia de marketing das marcas, mas indo além, é claro! 

Ao agregar valor à vida das pessoas, contando uma história de criatividade, talento e ousadia, o acesso a esses espaços são, sem dúvida, a mais genuína forma de luxo que os apaixonados pela moda podem ter.  

Fica claro que as marcas de moda não criam somente coleções, mas são também um grande armazém de preciosidades, lembranças e ideias, que, agora, para nossa sorte são acessíveis em museus e espaços expositivos pelo mundo afora. Enfim, uma experiência fascinante para quem é apaixonado pelo mundo da moda e arte. Um convite irrecusável! 

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