A história de Dolce & Gabbana.

Dolce & Gabbana, da estética mediterrânea sonhadora à marca global!

Milão, a data é 1980, dois jovens se conhecem e ainda não sabem que vão mudar para sempre a história da moda. 

Falamos, é claro, de Dolce & Gabbana! 

São eles, o siciliano de 22 anos, Domenico Dolce, e Stefano Gabbana, de 18 anos, de família veneziana.

Domenico já trabalhava com moda, como assistente de Giorgio Correggiari, estilista de Bolonha, conhecido por experimentar tecidos e materiais nas suas criações.

Domenico fala pela primeira vez com Stefano ao telefone e, a princípio, ele lhe inspira simpatia.

 “Entendi quem é você, já te vi por aí “, diz-lhe Domenico.

 Mas, quando Stefano é contratado por Correggiari e recebe a mesa em frente à dele, as coisas mudam.

Domenico se esconde atrás de montanhas de livros com medo de ser copiado. 

No entanto, em pouco tempo, os dois percebem que têm uma sinergia especial e decidem deixar o ateliê de Correggiari para embarcar em um caminho independente no mundo da moda, com o qual ambos sonham.

Desde o primeiro encontro, a paixão pela Sicília, onde Domenico nasceu e destino de férias preferido de Stefano desde criança, os une e passou a constituir uma referência nas criações da dupla.

É a fricção entre polos opostos do masculino/ feminino, meigo/duro e inocência/corrupção que tornam a marca tão sexualmente excitante, como definem Jones e Mair no livro Fashion Now. 

Contam que o amor de Domenico pela moda surgiu no dia a dia, acompanhando o trabalho de seu pai, que era alfaiate em Palermo e ensinou-o a confeccionar seu primeiro casaco aos 5 anos de idade! 

Em Milão, ele frequentou o Instituto Marangoni, mas não terminou o curso, e logo começou a trabalhar na moda. 

Stefano nasceu em um contexto mais humilde: seu pai um tipógrafo milanês e sua mãe porteira, ela ainda complementava o salário com trabalhos de limpeza e como passadeira num serviço de lavanderia. 

Ele acompanhava a mãe no emprego, e essa experiência o faz crescer consciente do valor do trabalho, valor que compartilha com Domenico, que frequentava a alfaiataria do pai desde criança.

Após o ensino médio, Stefano decidiu embarcar em um caminho no mundo do design gráfico.

É justamente nesse período, entre o final dos anos setenta e início dos anos oitenta, que Stefano fez o telefonema que mudou vida deles para sempre.

A criação da Dolce & Gabbana!

Cerca de dois anos depois, em 1982, eles deixaram o ateliê de Giorgio Correggiari, passaram a trabalhar por conta própria, como freelancer para grandes marcas de moda, e abriram um pequeno ateliê de moda, que levou o nome dois sócios, Dolce & Gabbana.

Aos poucos eles se firmaram com uma identidade própria, um estilo inconfundível, criações femininas, ao mesmo tempo, sensuais, que emanavam vida e poder. 

Os estilistas optaram por cores vibrantes e estampas, principalmente, animalier, que contrastavam fortemente com a onda de minimalismo que varria a moda na época, e as peças eram feitas com costuras perfeitas e os melhores tecidos, tudo com a sempre presente inspiração siciliana.

Apesar de geograficamente distantes, as origens deles funcionam como uma “cola” e alimentam a criatividade de ambos, em particular a Sicília de Domenico, inspira a dupla.

Mas é sobretudo Stefano que se apaixona pela arte, pelo simbolismo e pela estética da ilha, que o deslumbra desde a primeira visita, enquanto Domenico sofre uma forte influência de Milão e do norte da Itália. 

Assim, foi natural que começassem a trabalhar em suas primeiras coleções autorais e, em 1985, nasceu oficialmente a marca Dolce & Gabbana. 

A estreia aconteceu na semana de moda milanesa, quando foram escolhidos como novos talentos pelo então presidente da Camera Nazionale della Moda Italiana, Beppe Modenese, que havia descoberto a dupla promissora em Florença, durante o Pitti Immagine, um dos grandes eventos do setor da moda italiana.

Claro que o orçamento na época era muito limitado, mas os traços estilísticos distintivos da Dolce & Gabbana já começavam a tomar forma: sua moda era inspirada sobretudo na tradição. 

Para o primeiro desfile, sem poder pagar por modelos profissionais, eles contaram com mulheres comuns na passarela; não é sem razão que essa coleção foi intitulada “Mulheres Reais”. 

O sucesso não veio de imediato, foram necessários alguns anos e outras coleções mais para que o talento de Stefano Dolce e Domenico Gabbana fosse notado.

Mas, no início dos anos noventa, quando Madonna escolheu a marca para vestir durante o seu tour Girlie World, as portas do sucesso se abriram definitivamente. 

A partir daí, eles vestiram os maiores ícones do cinema e da moda e o fazem até hoje, de Monica Bellucci, eterna musa e amiga, a Bianca Balti, passando por Sophia Loren, Laetita Casta, Scarlett Johannson, Sharon Stone e Kim Kardashian.

Além disso, as criações da dupla fazem constante alusão às celebridades do cinema italiano como os diretores Fellini e Visconti e as atrizes Sophia Loren e Anna Magnani. 

O perfeccionismo de Dolce e o dramatismo de Gabbana têm constituído uma combinação de sucesso com impacto na cultura pop, como observam Jones e Mair, e no mundo da moda, claro!

Os altos e baixos da dupla!

Nos quarenta anos de trabalho conjunto, as realizações dos designers são muitas, mas não somente com desenlaces positivos. 

Eles tiveram problemas fiscais, financeiros e jurídicos, em campanhas publicitárias, acusações de fraude de racismo e decorrentes de má comunicação nas redes sociais. 

Em junho de 2013, Dolce e Gabbana foram acusados e condenados por evasão fiscal, mas, pouco depois, declarados inocentes na apelação pela Suprema Corte de Justiça italiana em outubro de 2014. 

“Sempre fomos honestos e estamos extremamente orgulhosos deste reconhecimento por parte do Tribunal de Justiça italiano. Viva l’Italia”, disseram os dois em um comunicado na época. 

Comentários negativos de Stefano Gabbana como os dirigidos à Selena Gomez, a quem chamou de “feia”, e à Chiara Ferragni, cujo vestido de noiva da Dior considerou “barato”, revoltaram fãs e colegas.

Além disso, Stefano foi duramente criticado por mensagens e declarações dirigidas à população chinesa. 

Aconteceu em 2018. 

Dolce & Gabbana desfilaria em Xangai e, para promover o evento, a Maison veiculou uma campanha de marketing com uma modelo comendo com pauzinhos comida italiana, o que foi considerado depreciativo para a cultura chinesa. 

Stefano Gabbana foi inclusive expulso do Instagram por causa de uma briga racista com um usuário, um dos muitos indignados com a publicidade. 

Além disso, a Diet Prada, conta do Instagram seguida por mais de 3 milhões de pessoas, publicou algumas capturas de tela de mensagens com fotos tiradas por Stefano Gabbana dos chineses e comentários ofensivos do estilista. 

Tudo isso gerou um grande alvoroço e custou à grife uma ruptura com o mercado chinês; o desfile de Xangai foi imediatamente cancelado, e a imagem da marca passou por uma profunda crise.

 A dupla de designers pediu oficialmente desculpas à China em um vídeo que correu o mundo. 

Como os consumidores chineses representam uma fatia considerável do mercado de luxo, a marca perdeu grande parte de seu mercado da Ásia e Pacífico devido a boicotes. 

No primeiro trimestre de 2019, o engajamento com a marca nas redes sociais caiu mais de 98%, e, numa tentativa de reconquistar seguidores, a Dolce & Gabbana anunciou que estenderia seus tamanhos, contemplando corpos mais robustos e “curvies”, de modo tornar a marca mais inclusiva

Nesse mesmo ano, a marca realizou seu desfile de prêt-à-porter no Templo de Concórdia em Agrigento, um Patrimônio Mundial da UNESCO, transformando-o em uma passarela inspirada na Grécia antiga, numa tentativa, talvez, de resgatar a imagem da marca.

Muito além dos negócios! 

Domênico e Stefano, além de sócios, parceiros nos negócios, tiveram um relacionamento que durou mais de vinte anos.

Eles se separaram no início dos anos 2000, mas a dupla continua firme nos projetos, a parceria pessoal e de trabalho resistiu.

 “Do nada criamos a Dolce & Gabbana e com a força do nosso amor conseguimos tudo o que temos. Apoiando-nos uns aos outros, conseguimos superar muitas dificuldades e preconceitos”, escreveu Stefano na carta a Domenico, “você é minha família”.

Embora o relacionamento afetivo tenha terminado, muitos dizem que Stefano Gabbana e Domenico Dolce continuam amigos e, como bem observa o The New Yorker, “Gabbana é os olhos para as mãos de Dolce”.

O certo é que eles continuam trabalhando juntos na Maison criada do zero, com o amor por sua terra natal e a imaginação romântica. 

“Já se passaram tantos anos desde que ouvi sua voz pela primeira vez do outro lado do telefone, tudo mudou e, no entanto, nada mudou. O amor que senti então só se transformou, continuando a me dar tantas sensações lindas”, escreveu Stefano Gabbana.

Hoje, eles estão classificados entre os estilistas mais bem sucedidos e ricos da Itália e do mundo, tudo graças às criações e visão empresarial da dupla. 

Eles transformaram uma estética mediterrânea sonhadora em uma marca global de sucesso, avaliada em bilhões de dólares, e a preferida de muitos fãs espalhados pelo mundo afora.

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